No dia 5 de fevereiro, Francisco se encontra com participantes do Congresso do “Scholas Occurrentes” para encerrar as atividades do evento
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco vai encerrar o IV Congresso Mundial Educativo de Scholas Occurrentes, instituição educativa para jovens, nesta quinta-feira, 5, no Vaticano. O evento, que começa hoje, tem como tema “Responsabilidade social e a inclusão” e conta com a participação de especialistas de 40 países.
O diretor mundial do Scholas Occurrentes, José María del Corral, explica que cada dia do Congresso terá uma temática específica relacionada com o esporte, a arte e a tecnologia. Esses são os três pilares da proposta do Scholas, uma rede mundial que já soma 400 mil escolas.
O impulso dessa iniciativa foi dado pelo próprio Papa, quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, Argentina. Segundo José María, o que deu melhor resultado até agora foram, justamente, as experiências dessa época, quando a rede reunia crianças de escolas de religiões distintas.
“Ali, aprendiam o que era convivência real, o que eram os diferentes pontos de vista, as diferentes crenças e os projetos. Ali, construíam soluções a partir das dificuldades que eles tinham como o álcool, as drogas, a insegurança, a violência”, conta o diretor.
A organização ‘Scholas’ pretende estabelecer uma rede de contatos entre escolas de diversas culturas, de diversos continentes, de diversos países no âmbito da responsabilidade educativa para a juventude no mundo globalizado, promovendo o encontro de culturas e de religiões diversas.
É possível seguir as atividades do Congresso pela página oficial do Scholas Occurrentes na internet: www.scholasoccurrentes.org .
Conversando com estudantes por videoconferência, Francisco pediu que eles sonhem com o futuro sem abandonar a sabedoria dos idosos
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco encontrou-se na tarde desta quinta-feira, 4, no Vaticano, com os participantes do III Congresso das “Scholas Occurrentes”. Esta é uma rede mundial de escolas para o encontro, nascida a partir do impulso de Bergoglio, e que reúne realidades educativas de culturas e religiões diferentes.
Francisco durante encontro com dirigentes da rede “Scholas Ocurrentes” / Foto: L’Osservatore Romano
Francisco contou aos diretores da rede de escolas um episódio de sua infância, quando certa vez desrespeitou sua professora. Sua mãe foi chamada na escola e, ali, o pequeno Bergoglio teve que pedir desculpa pelo ato que cometeu – dando o caso por encerrado. Todavia, a cena foi diferente ao chegar em casa, pois Francisco teve que acertar as contas com sua mãe, sem a professora por perto.
Já hoje, disse o Papa, quando um filho é repreendido na escola, os pais querem processar os professores, resultado do pacto educativo que se rompeu. “Nesse sentido, é muito importante fortalecer os vínculos sociais, familiares e pessoais, porque todos – especialmente as crianças e os jovens – necessitam de um habitat realmente humano, em que encontrem as condições para seu desenvolvimento pessoal harmônico e para sua integração na sociedade”.
Durante a audiência, o Pontífice lançou a plataforma tecnológica de rede das “Scholas Occurrentes”, que prevê a possibilidade de usar as novas tecnologias para favorecer os encontros e as trocas entre estudantes e escolas de diferentes países. Neste contexto, o Papa participou de uma vídeoconferência com estudantes que aderiram à rede. Os jovens eram provenientes de El Salvador, África do Sul, Turquia europeia, Israel e Austrália, representando, assim, os cinco continentes. (Assista à videoconferência, em espanhol, ao final do texto)
Bate-papo com o Papa
O primeiro estudante, da Austrália, perguntou ao Papa como as Escolas podem avançar nesta comunicação e construir pontes. “Vocês – respondeu o Papa – podem fazer duas coisas opostas: construir pontes ou levantar muros. Os muros separam, dividem; as pontes aproximam. Portanto, continuar a comunicar. Comunicar experiências”:
Ao responder à segunda pergunta, vinda de Israel, Francisco destacou como os estudantes sabem comunicar em diferentes línguas e com a identidade da própria religião. Já o estudante da Turquia falou sobre paz e diálogo inter-religioso, perguntando ao Papa se o futuro será melhor ou pior.
“Os jovens não querem a guerra, querem a paz! E isto vocês devem gritar com o coração, de dentro: ‘Queremos a paz!’. Sabes onde está o futuro? Está no coração, está na tua mente e está em tuas mãos! (…) O futuro o tem os jovens! Porém atenção, jovens com duas qualidades: jovens com as asas e jovens com as raízes. Jovens que tenham asas para voar, para sonhar, para criar; e que tenham raízes para receber dos idosos o conhecimento que somente os maiores podem dar”.
Santo Padre conversa com jovens via videoconferência / Foto: Reprodução “Scholas Occurrentes”
Em seguida foi a vez de um estudante da África do Sul se dirigir a Francisco, falando do nascimento das ‘Scholas Occurrentes”. O Papa recordou que ‘Scholas’ nasceu em Buenos Aires como uma rede de escolas próximas para construir pontes entre as escolas da diocese.
“A juventude hoje tem necessidade de três pilares-chave: educação, esporte e cultura. Por isto ‘Scholas’ junta tudo: jogamos uma partida de futebol; se faz escola e se faz cultura. Educação, esporte e cultura. (…) Sigam em frente neste caminho da comunicação, de construir pontes e de buscar a paz através da educação, do esporte e da cultura”.
Neste ponto, Francisco fez uma advertência, pois também existe aquela comunicação que destroi. “Estejam bem atentos! Quando existem grupos que procuram a destruição, que buscam a guerra e que não sabem fazer um trabalho de equipe, defendam-se entre vocês como equipe, como grupo, defendendo-vos daqueles que querem ‘atomizar-vos’ e tirar-lhes a força do grupo”.
O Santo Padre concluiu exortando os jovens a não terem medo, a construírem pontes de paz, jogando em equipe para tornarem o futuro melhor. “Sonhem o futuro voando, mas não esqueçam a herança cultural, de sabedoria e religiosa que vos deixaram os anciãos. Em frente, com coragem! Construam o futuro!”.
Sobre a rede “Scholas”
A organização ‘Scholas’ pretende estabelecer uma rede de contatos entre escolas de diversas culturas, de diversos continentes, de diversos países no âmbito da responsabilidade educativa para a juventude no mundo globalizado, promovendo o encontro de culturas e de religiões diversas.
“Esta rede não pretende ser de escolas católicas ou especificamente cristãs, mas de religiões e culturas diferentes”, explicou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Assista à videoconferência:
ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 1º de fevereiro de 2015
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O trecho evangélico deste domingo (cfr Mc 1, 21-28) apresenta Jesus que, com a sua pequena comunidade de discípulos, entra em Cafarnaum, a cidade onde vivia Pedro e que naqueles tempos era a maior da Galileia. E Jesus entra naquela cidade.
O Evangelista Marcos conta que Jesus, sendo aquele dia um sábado, foi à sinagoga e se colocou a ensinar (cfr v. 21). Isto faz pensar no primado da Palavra de Deus, Palavra a escutar, Palavra a acolher, Palavra a anunciar. Chegando a Cafarnaum, Jesus não adia o anúncio do Evangelho, não pensa na sistematização logística, certamente necessária, da sua pequena comunidade, não perde tempo com a organização. A sua preocupação principal é aquela de comunicar a Palavra de Deus com a força do Espírito Santo. E o povo na sinagoga fica admirado, porque Jesus “ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.” (v. 22).
O que significa “com autoridade”? Quer dizer que nas palavras humanas de Jesus se sentia toda a força da Palavra de Deus, sentia-se a autoridade própria de Deus, inspirador das Sagradas Escrituras. E uma das características da Palavra de Deus é que realiza aquilo que diz. Porque a Palavra de Deus corresponde à sua vontade. Em vez disso, nós, muitas vezes, pronunciamos palavras vazias, sem raiz ou palavras supérfluas, palavras que não correspondem à verdade. Em vez disso, a Palavra de Deus corresponde à verdade, é unidade com a sua vontade e realiza aquilo que diz. De fato, Jesus, depois de ter pregado, demonstra logo a sua autoridade libertando um homem, presente na sinagoga, que estava possuído pelo demônio (cfr Mc 1, 23-26). Propriamente a autoridade divina de Cristo tinha suscitado a reação de satanás, escondido naquele homem; Jesus, por sua vez, logo reconhece a voz do maligno e “o intimou: ‘Cala-te e sai dele!’” (v. 25). Com a força somente da sua palavra, Jesus liberta a pessoa do maligno. E ainda uma vez mais os presentes ficam admirados: “Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” (v. 27). A Palavra de Deus cria em nós o estupor. Possui a força de nos fazer maravilhar.
O Evangelho é palavra de vida: não oprime as pessoas, ao contrário, liberta quantos são escravos de tantos maus espíritos deste mundo: o espírito da vaidade, o apego ao dinheiro, o orgulho, a sensualidade… O Evangelho muda o coração, muda a vida, transforma as inclinações ao mal em propósitos de bem. O Evangelho é capaz de mudar as pessoas! Portanto, é tarefa dos cristãos difundir por toda a parte a força redentora, tornando-se missionários e arautos da Palavra de Deus. Sugere isso também o mesmo trecho do dia que se conclui com uma abertura missionária e diz assim: “E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia” (v. 28). A nova doutrina ensinada com autoridade por Jesus é aquela que a Igreja leva no mundo, junto com os sinais eficazes da sua presença: o ensinamento com autoridade e a ação libertadora do Filho de Deus tornam-se as palavras de salvação e os gestos de amor da Igreja missionária. Lembrem-se sempre que o Evangelho tem a força de mudar a vida! Não se esqueçam disso. Essa é a Boa Nova, que nos transforma somente quando nós nos deixamos transformar por ela. Eis porque sempre peço que vocês tenham um contato cotidiano com o Evangelho, que o leiam todos os dias, um trecho, uma passagem, que o meditem e também o levem com vocês para onde forem: no bolso, na bolsa… Isso é, para se alimentarem todos os dias com esta fonte inexaurível de salvação. Não se esqueçam! Leiam um trecho do Evangelho todos os dias. É a força que nos muda, que nos transforma: muda a vida, muda o coração.
Invoquemos a materna intercessão da Virgem Maria, Aquela que acolheu a Palavra e a gerou para o mundo, para todos os homens. Que ela nos ensine a sermos ouvintes assíduos e anunciadores do Evangelho de Jesus.