segunda-feira, 23 de março de 2015

A MALDADE DÁ LUGAR À MISERICÓRDIA- DEUS JUSTO JUIZ ELE NOS DA O QUE PRECISAMAOS E NÃO O QUE APENAS MERECEMOS POIS ELE QUE NOS DEU A VIDA COMO PRESENTE E CONTINUA SENDO PARA NÓS PERDÃO E MISERICORDIA...VEJAMOS ESSAS DUAS MULHERES UMA SUZANA INOCENTE E A OUTRA PECADORA QUEM SOMOS NÓS PARA JULGAR SE DEUS FAZ NOVA TODAS AS COISAS...

Quer saber qual a voz de Deus? Fique mais tempo com Jesus Cristo...

DIA 23 DE MARÇO - SEGUNDA-FEIRA

V SEMANA DA QUARESMA *
(ROXO, PREFÁCIO DA PAIXÃO I – OFÍCIO DO DIA)

Antífona de entrada:
Tende piedade de mim, Senhor, pois me atormentam; todos os dias me oprimem os agressores (Sl 55,2).
Oração do dia
Ó Deus, que pela vossa graça inefável nos enriqueceis de todos os bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o reino da glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62 ou 41-62)
Leitura da profecia de Daniel.
Naqueles dias, 13 1 havia um homem chamado Joaquim, que habitava em Babilônia.
2 Tinha desposado uma mulher chamada Suzana, filha de Helcias, de grande beleza, e piedosa,
3 porque havia sido educada segundo a lei de Moisés por pais honestos.
4 Joaquim era sumamente rico. Junto à sua casa havia um pomar. Os judeus reuniam-se freqüentemente em casa dele, porque gozava de uma particular consideração entre seus compatriotas.
5 Haviam sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo, aos quais se aplicava bem a palavra do Senhor: "A iniqüidade surgiu, em Babilônia, de anciãos juízes que passavam por dirigentes do povo".
6 Esses dois personagens freqüentavam a casa de Joaquim, aonde vinham consultá-los todos aqueles que tinham litígio.
7 Lá pelo meio-dia, quando toda essa gente tinha ido embora, Suzana vinha passear no jardim de seu marido.
8 Os dois anciãos viam-na portanto todos os dias durante seu passeio, tanto que se apaixonaram por ela e,
9 perdendo a justa noção das coisas, desviaram os olhos para não ver mais o céu e não ter mais presente no espírito a verdadeira regra de comportamento.
15 Enquanto calculavam qual seria o momento propício, eis que Suzana chegou como de costume, com duas empregadas, e tomou a resolução de banhar-se, pois fazia calor.
16 Lá não havia ninguém, salvo os dois anciãos escondidos, que a espreitavam.
17 "Trazei-me", disse ela às duas empregadas, "óleo e ungüentos, e fechai as portas do jardim, para eu me banhar".
19 Apenas saíram, os dois homens precipitaram-se em direção de Suzana.
20 As portas do jardim estão fechadas, disseram-lhe, "ninguém nos vê. Ardemos de amor por ti. Aceita, e entrega-te a nós.
21 Se recusares, iremos denunciar-te: diremos que havia um jovem contigo, e que foi por isso que fizeste sair tuas servas".
22 Suzana exclamou tristemente: "Que angústias me envolvem por todos os lados! Consentir? Eu seria condenada à morte! Recusar? Nem assim eu escaparia de vossas mãos!
23 Não! Prefiro cair, sem culpa alguma, em vossas mãos, do que pecar contra o Senhor".
24 Suzana soltou grandes gritos, e os dois anciãos gritavam também contra ela.
25 E um deles, correndo às portas do jardim, abriu-as.
26 Com essa balbúrdia, os criados precipitaram-se pela porta do fundo para ver o que havia acontecido.
27 Os anciãos se puseram a falar, e os criados enrubesceram, pois jamais nada de semelhante fora dito de Suzana.
28 No dia seguinte, os dois anciãos, cheios de criminosas intenções contra a vida de Suzana, vieram à reunião que se realizava em casa de Joaquim, marido dela.
29 Disseram, diante da assembléia: "Mandem buscar Suzana, filha de Helcias, a mulher de Joaquim!" Foram-na buscar,
30 e ela chegou com seus pais, seus filhos e os membros de sua família.
33 Os seus choravam, assim como seus amigos.
34 Os dois anciãos levantaram-se à vista de todos, e pousaram a mão sobre sua cabeça,
35 enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas com o coração cheio de confiança no Senhor, olhava para o céu.
36 Os anciãos disseram então: "Quando passeávamos pelo jardim, ela entrou com duas servas; depois fechou a porta e mandou embora suas acompanhantes.
37 Então, um jovem que se achava escondido ali, aproximou-se e pecou com ela.
38 Nós nos encontrávamos num recanto do jardim. Diante de tal desvergonhamento, corremos para eles e os surpreendemos em flagrante delito.
39 Não pudemos agarrar o homem, porque era mais forte do que nós, e fugiu pela porta aberta.
40 Ela, nós a apanhamos; mas quando a interrogamos para saber quem era o jovem, recusou-se a responder. Somos testemunhas do fato".
41 Confiando nesses homens, que eram anciãos e juízes do povo, condenaram Suzana à morte.
42 Então ela exclamou bem alto: "Deus eterno, vós que penetrais os segredos, que conheceis os acontecimentos antes que aconteçam,
43 sabeis que isso é um falso testemunho que levantaram contra mim. Vou morrer, sem nada ter feito do que maldosamente inventaram de mim".
44 Deus ouviu sua oração.
45 Como a levassem para a morte, o Senhor suscitou o espírito íntegro de um adolescente chamado Daniel,
46 que proclamou com vigor: "Sou inocente da morte dessa mulher!"
47 Todo mundo virou-se para ele: "O que significa isso?", perguntaram-lhe.
48 Então, no meio de um círculo que se formava, disse: "Israelitas, estais loucos! Eis que condenais uma israelita sem interrogatório, sem conhecer a verdade!
49 Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho a declaração desses dois homens contra ela".
50 O povo apressou-se em voltar. Os anciãos disseram a Daniel: "Vem sentar conosco e esclarece-nos, pois Deus te deu o privilégio da velhice!"
51 "Separai-os um do outro", exclamou Daniel, "e eu os julgarei". Foram separados.
52 Então Daniel chamou o primeiro e disse-lhe: "Velho perverso! Eis que agora aparecem os pecados que cometeste outrora em julgamentos injustos,
53 condenando os inocentes e absolvendo os culpados; no entanto, é Deus quem diz: ‘não farás morrer o inocente e o íntegro’.
54 Vamos! Se realmente a viste, dize-nos debaixo de qual árvore os viste juntos?" "Debaixo de um lentisco", respondeu.
55 "Ótimo!", continuou Daniel, "eis a mentira, que pagarás com tua cabeça. Eis aqui o anjo do Senhor que, segundo a sentença divina, vai dividir teu corpo pelo meio".
56 Afastaram o homem. Daniel mandou vir o outro e disse-lhe: "Filho de Canaã! Tu não és judeu: foi a beleza que te seduziu, e a concupiscência que te perverteu.
57 Foi assim que sempre fizeste com as filhas de Israel, as quais, por medo, entravam em relação convosco. Mas eis uma filha de Judá que não consentiu no vosso crime.
58 Vamos, dize-me sob qual árvore os surpreendeste em intimidade". "Sob um carvalho".
59 "Ótimo!", respondeu Daniel, "tu também proferiste uma mentira que vai te custar a vida. Eis aqui o anjo do Senhor, que empunha a espada, prestes a serrar-te pelo meio para te fazer perecer".
60 Logo a assembléia se pôs a clamar ruidosamente e a bendizer a Deus por salvar aqueles que nele põem sua esperança.
61 Toda a multidão revoltou-se então contra os dois anciãos os quais, por suas próprias declarações, Daniel provou terem dado falso testemunho.
62 De acordo com a lei de Moisés, aplicaram o tratamento que tinham querido infligir ao seu próximo: foram mortos. Assim, naquele dia, foi poupada uma vida inocente.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 22/23
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei, estais comigo.


O Senhor é o pastor que me conduz;
não me falta coisa alguma.
Pelo prados e campinas verdejantes
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha
e restaura as minhas forças.

ele me guia no caminho mais seguro,
pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei.
Estai comigo com bastão e com cajado,
eles me dão a segurança!

Preparais à minha frente uma mesa,
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça,
e o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por toda a minha vida;
e na casa do Senhor habitarei
pelos tempos infinitos.
Evangelho (João 8,1-11)
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ez 33,11).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 8 1 dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras.
2 Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.
3 Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério.
4 Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: "Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério.
5 Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?"
6 Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.
7 Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: "Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra".
8 Inclinando-se novamente, escrevia na terra.
9 A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.
10 Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: "Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?"
11 Respondeu ela: "Ninguém, Senhor". Disse-lhe então Jesus: "Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar".
Palavra da Salvação.


Comentário ao Evangelho
A MALDADE DÁ LUGAR À MISERICÓRDIA
            A situação da mulher surpreendida em adultério e trazida à presença de Jesus denunciava o caráter dos adversários dele e sua falta de escrúpulos, quando se tratava de condenar e propor a pena capital. É possível que eles mesmos tenham forjado uma armadilha para pegar a mulher em adultério e, assim, terem um motivo para provar Jesus e poder acusá-lo.
            A questão dirigida a Jesus era inútil. Se eles sabiam que estava já previsto na Lei a lapidação das adúlteras, por que pedir a opinião de Jesus? Legalistas como eram, só lhes competia fazer cumprir a pena prevista. A resposta de Jesus lhes interessava. Se dissesse que a Lei deveria ser cumprida, teriam argumentos para denunciar a falta de misericórdia de Jesus. Se dissesse não, eles o acusariam de rebeldia contra a Lei de Moisés e, igualmente, poderiam impor-lhe a pena de morte.
            Eles, porém, não contavam com a armadilha preparada por Jesus. Este desafiou os que se julgavam inocentes a darem início à lapidação. Ninguém teve coragem de fazê-lo. Pelo contrário, foram saindo, de mansinho, a começar pelos mais velhos. Tem-se a impressão de que, quanto mais velhos, mais calejados na maldade se encontravam. Não sobrou ninguém para evocar o cumprimento da Lei. Chegou, então, a hora da misericórdia!

Oração
            Senhor Jesus, ensina-se a ser solidário com as vítimas da maldade e da injustiça. Que eu saiba sempre usar de misericórdia.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).
Sobre as oferendas
Concedei-nos, ó Deus, que, ao celebrarmos os santos mistérios, apresentemos como fruto da penitência corporal a alegria e a pureza do espírito. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor: aquele que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).
Depois da comunhão
Revigorados, ó Deus, pelos benefícios deste sacramento, nós vos pedimos que ele nos purifique sempre dos vícios, para que, seguindo a Cristo, corramos ao vosso encontro. Por Cristo, nosso Senhor.


Oração do dia:

Ó Deus, que fizestes crescer a vossa Igreja pela solicitude pastoral de são Turíbio e seu zelo pela verdade, concedei ao vosso povo um contínuo aumento de fé e santidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Sobre as oferendas:
Nós vos oferecemos, ó Deus, este sacrifício Del louvor ao comemorarmos os vossos santos; e confiamos que, por sua intercessão, nos liberteis dos males presentes e futuros. Por Cristo, nosso Senhor.
Depois da comunhão:
Senhor nosso Deus, o sacramento que acabamos de receber alimente em nós aquela caridade ardente que inflamava são Turíbio na dedicação constante à vossa Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SÃO TURÍBIO DE MOGROVEJO):
Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério. Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio. O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio. Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores. Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios. Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres. Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida. Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru. Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito.